Repovoamento
Acções de Recuperação

Se lermos os estatutos de qualquer Clube de Caça, verificaremos que o seu primeiro objectivo é a protecção e fomento das espécies cinegéticas e a dignificação da prática desportiva.

No entanto, em flagrante contraste com esse princípio, constataremos que o espírito dominante da maioria, sempre avessa a restrições, é a obsessão incontida de quanto mais melhor, não se importando nunca de matar hoje o que deveria deixar para amanhã. E, como se isto não bastasse para pôr em causa o equilíbrio dos respectivos recursos naturais, os repovoamentos bem programados e bem executados estão a dar lugar a repovoamentos à balda, e, pior ainda, ao lançamento regular de perdizes indefesas no próprio dia de caça.

Poderá parecer esta, à primeira vista, uma atitude meritória, mas não é: -primeiro, porque caçar perdizes que quase não levantam voo; que aparecem à frente, atrás, e ao lado do caçador, mais confiantes do que galinhas em volta da dona; com coelheiros e perdigueiros à mistura; num ambiente de algazarra patética e ridícula; está esvaziado de todo o sentido ético e desportivo, e até mesmo de decência cívica.
-segundo, porque no dia e no local da bagunça, não querendo ninguém faltar ao festim de “é fartar vilanagem”!, o terreno é de tal modo vasculhado que não há ser vivo que se salve, e nós bem sabemos quais são as primeiras vítimas. Por isso, muitas associativas, algumas das quais com potencial invejável, já não têm uma única perdiz brava.

Só as inefáveis “chó chós”!

O que poderia ser uma inestimável tábua de salvação transformou-se em subtil arma de exterminação do nosso património cinegético.

Recentemente, a propósito de toda esta degradação progressiva, um destacado elemento directivo, tendo tomado parte num curso de gestão de caça, em Espanha, destacou, em reunião, uma mensagem de um dos formadores, suponho que Inglês, segundo a qual, para que os repovoamentos possam ser coroados de êxito terão que obedecer a cinco princípios:

1º -silêncio;
2º -silêncio;
3ª -silêncio;
4º e 5º -água e comida.

Mensagem mais desconchavada, sem ponta por onde se lhe pegue, a mostrar